O cimento romano é o melhor do mundo - até hoje!

Você sabia que uma invenção de engenharia do tempo do império romano, mesmo após 2000 anos ainda não foi superada e nem pôde ser copiada pelos engenheiros de hoje? 

Eu estou falando do concreto romano.

Imagem de peça de concreto romano
 Em geral, a humanidade é muito melhor em fazer coisas agora do que a gente era no passado. Mas tem certas coisas que os antigos acertaram, e nós ainda não conseguimos. O concreto romano, por exemplo, é muito melhor do que o concreto usado hoje em dia. 

E acredite se quiser, construções como o Panteão, por exemplo, ficam mais resistentes a cada dia que passa. Isso não é incrível?
 
Existem portos marítimos na Itália feitos de concreto romano que ainda estão de pé depois de milhares de anos. Enquanto isso, uma estrutura moderna de cimento Portland, que é o nosso cimento moderno, teria sorte se durasse 50 anos estando exposta à água salgada. 

E agora, depois de anos de pesquisas, uma equipe de cientistas, usando microscópios eletrônicos superpotentes, descobriu a receita do indestrutível concreto romano. Bom, na verdade, a receita não, só os ingredientes. 

Os romanos faziam concreto ao misturar cal, cinza vulcânica, que é abundante na Itália, e um ingrediente inusitado... água do mar. 

Justamente o maior inimigo do concreto moderno. 

Quando os romanos faziam a mistura, a água do mar provocava imediatamente uma reação química quente. A cal era hidratada – incorporando moléculas de água na sua estrutura – e reagia com as cinzas para cimentar toda a mistura. 

E qual seria o grande segredo para a durabilidade desse concreto?

 Bom, a mistura formava um mineral chamado tobermorita aluminosa, e é aí que está o segredo, esse mineral fica cada vez mais forte com o passar do tempo. 

Se não forem destruídas por mãos humanas ou um terremoto muito forte, é muito provável que as construções do império romano, como o Panteão, os aquedutos, o coliseu, o Fórum de César e tantas outras estruturas, ainda estejam de pé daqui a mil ou 2 mil anos. 
Imagem do Panteão romano
Agora os cientistas estão tentando descobrir a receita, o modo de fazer esse concreto, mas já estão falando que será muito difícil, quase impossível, conseguir uma forma viável de produção.

Primeiro porque os materiais utilizados pelos romanos quase não existem fora da Itália e também porque sintetizar o mineral tobermorita aluminosa não é economicamente viável.

Além disso os cientistas também não sabem como criar um concreto que tenha a mesma reação química do concreto romano.

Ainda há muito trabalho a ser feito para adaptar as técnicas tradicionais de construção romana às necessidades de hoje, mas quem sabe um dia a gente chega lá.

Agora eu tenho pra você mais 4 super curiosidades sobre esse assunto: 
 
1 - Por Roma estar situada sobre uma região de solos arenosos de origem vulcânica, com pouca capacidade de suporte, adotavam-se espessos radiers, um tipo de fundação que funciona como uma laje contínua de concreto armado em toda a área da construção, transmitindo as cargas da estrutura para o terreno, para que fosse reduzida a pressão aplicada sobre o solo.
Imagem de estrutura do Coliseu
Exemplo disso foi a fundação do Coliseu. Os romanos construíram uma base em forma de anel com 12m de profundidade, feito com concreto ciclópico, que consiste na incorporação de pedras denominadas “pedras de mão” ou “matacão” ao concreto já pronto. Da mesma forma, o Panteão de Roma se assenta sobre um anel de concreto com 4,5m de profundidade e 7m de largura.

2 - A ideia essencial do concreto armado, ou seja, barras metálicas associadas à pedra ou argamassa com a finalidade de aumentar a resistência às tensões, também remonta ao tempo dos romanos. Em estudos realizados em Termas de Caracalla, em Roma, construída entre 212 d.C. e 217d.C., notou-se a existência de barras de bronze dentro da argamassa, em pontos onde o vão a vencer era maior do que o normal na época.
Imagem de Termas de Caracalla
3 – Depois dos romanos a humanidade ficou vários séculos sem usar o concreto, que só foi reinventado a pouco tempo, em 1824, por um construtor inglês chamado Joseph Aspdin, que patenteou um cimento chamado Portland, que aliás é o que nós usamos até hoje. 

4 – Além de ser mais resistente, o concreto romano também era menos agressivo ao meio ambiente. A produção do cimento Portland é extremamente poluente. O calcário usado na fabricação do cimento deve ser aquecido a 1.450 graus Celsius, o que libera uma enorme quantidade de Co2 (o famoso e perigoso dióxido de carbono) na atmosfera. Só em 2016 a produção de cimento gerou 2,2 bilhões de toneladas de Co2. 

Agora que você já sabe tudo sobre o concreto romano, que tal assistir ao vídeo que eu fiz falando de um dos maiores símbolos da Itália, a Torre de Pisa? 

Você sabia que os engenheiros já deram um prazo pra ela finalmente se inclinar até cair? Sim, ela já tem data pra cair... confira no vídeo CLICANDO AQUI! 

Arrivederci, ragazzi! Ci vediamo
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